Construção eficiente, sustentabilidade garantida
A industrialização desempenha um papel crucial no desenvolvimento, e a construção civil não fica de fora dessa realidade. Desafios como baixa produtividade, desperdício e falta de controle persistem, exigindo a adoção de novas tecnologias e métodos de construção que substituam as práticas artesanais tradicionais. Essa transição foi observada em países desenvolvidos após a Segunda Guerra, onde a adoção de técnicas de montagem revolucionou a indústria da construção.
Entretanto, é fundamental reconhecer que, no contexto atual, os sistemas construtivos pré-fabricados mais reconhecidos, como steel frame e wood frame, ainda enfrentam desafios significativos no Brasil. Questões como tributação em cascata e altos custos de transporte limitam sua adoção em larga escala.
Por isso, não é à toa que o tijolo ecológico de solo-cimento não para de crescer. Esta abordagem inovadora simplifica o processo de construção e promove a sustentabilidade. Além de ser estrutural, destaca-se pela utilização encaixes que possibilitam uma montagem rápida e precisa. Também é possível substituir o uso de argamassa por cola, aumentando ainda mais a eficiência da montagem.
Economia
Inúmeros estudos demonstram que a utilização dos tijolos modulares de solo-cimento na construção de edifícios de até três pavimentos é considerada um método econômico em comparação ao convencional, devido à menor quantidade de material necessária e à facilidade no processo construtivo. Destacamos:
Segundo o SEBRAE (2013), “as vantagens do tijolo de solo-cimento vão além das ambientais, servindo também para a economia no processo construtivo, conforto e estética. Estudos realizados em todo o Brasil, (…) tijolos ecológicos trazem para a obra de 20 até 40% de economia com relação à construção convencional”.
“Outra vantagem é a redução do uso de argamassas de assentamento e revestimento já que a qualidade e o aspecto final das peças são notadamente superiores, com maior regularidade dimensional e planicidade de suas faces, podendo até ser utilizado em alvenaria aparente, necessitando apenas de uma cobertura impermeabilizante como acabamento.” (Sousa, 2006)
Conforme Neto (2010): “hoje, em uma obra convencional, cerca de 1/3 do material vai para o lixo”. Ainda de acordo com o autor, essa técnica construtiva possui outras vantagens, dentre as quais pode-se citar:
• Estrutura – os encaixes e colunas embutidas nos furos distribuem melhor a carga de peso sobre as paredes;
• Redução do uso de madeira para forma de vigas e pilares quase a zero;
• Economia de concreto e argamassa em cerca de 70%;
• Economia de 50% de ferro.
“A utilização dos tijolos solo-cimento em obras de engenharia é considerado um método barato e sustentável em comparação com o utilizado de forma convencional (blocos cerâmicos ou de concreto), tendo em vista que uma das matéria-prima utilizada nesta técnica possui vasta disponibilidade, o processo de fabricação é menos danoso ao meio ambiente, além da sua facilidade no processo construtivo.” (Vilela, 2021)
De acordo com Pisani (2005), “pode-se acrescentar que, o tijolo de solo cimento possui matéria-prima abundante em todo o planeta, por se tratar da terra crua.” A autora ainda ressalta que esse material não precisa ser queimado, o que proporciona economia de energia, além de proporcionar ambientes confortáveis com pouco gasto energético, permitindo conforto térmico e acústico, pelo fato de possuir características isolantes.
“A utilização do solo-cimento na construção de habitações de baixo custo (populares) permite uma grande economia, com uma redução de custos que pode chegar até 40% do custo total da obra. (…) Existe ainda a possibilidade de aproveitamento de mão-de-obra não qualificada, o que reduz ainda mais os custos envolvidos.” ABCP (1987)
Arquitetos e Engenheiros
Enquanto os tijolos ecológicos oferecem diversas vantagens em termos de sustentabilidade e praticidade na construção, o desconhecimento sobre eles ainda representa um desafio. Felizmente, arquitetos e engenheiros costumam fazer uma transição tranquila ao trabalhar com tijolos ecológicos, devido às suas características modulares e às técnicas construtivas simplificadas associadas a esses materiais.
No entanto, é crucial que arquitetos e engenheiros estejam familiarizados com as propriedades técnicas dos tijolos ecológicos, além de seguir as diretrizes e normas de construção aplicáveis. Caso o seu profissional não esteja habituado a trabalhar com esses materiais, a escolha por tijolos ecológicos exigirá algum aprendizado inicial sobre as técnicas e materiais específicos.
Mão de obra
Não é necessário ter experiência ou especialização para construir com tijolos ecológicos, principalmente devido à sua característica modular e às técnicas construtivas associadas a eles, exigindo apenas uma orientação básica.
Comparados à alvenaria convencional, onde o uso de argamassa e técnicas de assentamento requerem maior especialização, a construção modular associada aos tijolos ecológicos é mais simples e pode ser aprendida com maior rapidez. Os tijolos ecológicos são projetados para encaixarem sem a necessidade de argamassa, este sistema simplificado torna a construção mais acessível para trabalhadores com conhecimento básico em construção.
Portanto, ao utilizar tijolos ecológicos, uma boa orientação básica sobre a técnica construtiva pode ser suficiente para garantir a qualidade da obra. No entanto, é importante ressaltar que a orientação e o projeto executivo ainda são essenciais para garantir uma execução correta e segura, especialmente em relação à estabilidade da construção.
Simulador de quantidade de tijolos
Descubra a quantidade estimada de tijolos para alvenaria modular ecológica do seu projeto. Para isso, basta informar as dimensões do tijolo (12,5 X 25 X 7 cm), metros lineares de parede, altura do pé direito, das platibandas e das aberturas.
Quantitativo estimado de materiais para alvenaria ecológica: